Lamivudina, estrela discreta
Por Charles-Edouard!Novidades de Lionel, da [Ilha de] Reunião, em Triumeq® 1/7 (toma única semanal)
Funciona, funciona !!! E isso, aqui, não nos espanta absolutamente nada! Boa continuação!
Em mim mesmo, o MiniDolu (Tivicay® 1/4 de comprimido quotidiano) funcionou bem (6 meses) mas prefiro garantir o golpe com a pequena Lamivudina, nada antipática; por ora: 50 mg de Tivicay® (DTG) + 300 mg de Lamivudina (3TC), Sábado + Domingo, com o objectivo de concentrar tudo ao Domingo.
É um pouco como aqueles que tomam Triumeq® em 1/7 (DTG 50 mg +
Lamivudina 300mg + Abacavir 600mg (!)), certamente, mas sem o Abacavir!...
Mais prático que a fórmula, comprovada, de Leibowitch (quadriterapia em 1/7 : 1 NNRTI + 3 NRTI).
Lamivudina, estrela discreta dos ensaios bem sucedidos
A Lamivudina é um antiretroviral (e um antiviral) genérico. Não falamos da sua cópia versão fluorada (Emtricitabina); que é igual... Os fabricantes continuam a encher-se de somas loucas por um clássico, caído no domínio público.
Ela é reputada de inocente... Reputação provavelmente mal estabelecida, de facto, na medida em que quando quase toda a gente toma Lamivudina (ou
a sua sósia) não se pode fazer a distinção: é impossível de
distinguir a sua toxicidade da imputada ao vírus ou ao tratamento em
geral.
Ela ilustra-se em diversos ensaios recentes, entre os quais: Gardel, Paddle,
Lamidol, Dual... As monoterapias (de Tivicay® ou de antiproteases)
são satisfatórias, mas conhecem algumas falhas. Pelo contrário, juntemos-lhe a inocente (e pouco cara) Lamivudina, e eis-nos perante um sucesso quase geral.
Fim da resistência à 3TC (M184V)
Tal como o Videx® [didanosina], a sua potência intrínseca é fraca. 1 Log em
monoterapia, com desenvolvimento de mutação na posição 184. O vírus
mutado continua ainda assim bastante sensível (ca. 0,5 Log), logo, encontramo-la,
a ela ou à sua sósia, em TODAS as triterapias clássicas, sem
excepção: Atripla®, Stribild®/Genvoya®, Eviplera®, Truvada® + X,
Kivexa® + X, faz toda a gente!
Investigadores, surrealistas, avaliaram a sua contribuição de potência em 12% da TRI.
A maior parte dos ensaios têm pacientes sem a M184V. O Prof. Reynes
([ensaio] DOLULAM) observa no entanto que há 10 pacientes (37%) com esta
mutação, e funciona também nestes!
É também verdade no [ensaio] MOBIDIP (abaixo). É uma muito boa novidade para os pacientes 'históricos': não lhes devemos mais contrapôr a M184V para lhes interdir um aligeiramento.
PADDLE
Sucesso total em ataque DTG+3TC pelo Dr. Cohen, em Buenos Aires.
Anedota saborosa: houve um paciente que teve uma virémia positiva,
a qual deveríamos chamar de 'falha virológica'. Ao contrário dos nossos
virologistas p(h)arisienses, que o teriam carregado de triterapia de cavalo, o bom Dr. Cohen decide por persistir, e ei-lo recompensado com uma re-supressão.
O Dr. Lanzafame dá-se igualmente bem com os seus ataques em mono de Tivicay®
(9 pacientes publicados, e outros que o serão em breve...).
LAMIDOL : Sucesso da manutenção DTG+3TC
É um ensaio da ANRS [NdT: ANRS - agência nacional francesa de investigação sobre vih e hepatites virais], de manutenção, onde em 104 pacientes admitidos, a tomar
Tivicay®/Lamivudina quotidianamente, há apenas uma falha virológica
intrínseca ([por comparação:] ICCARRE+ANRS-4D = ZERO falhas intrínsecas em 190 pacientes!)
Ao contrário, há falhas no DOMONO (manutenção apenas com DTG),
e a grande interrogação que coloca o calcanhar de Aquiles, àqueles e àquelas,
castigado(a)s, talvez, por terem tomado Isentress®, Stribild®/Genvoya®.
Se o preço a pagar é juntar Lamivudina, não sai caro.
Desde que se elimine definitivamente o Abacavir ou o Tenofovir!
Aqueles que continuam a tomar, para além da fase de ataque, comprimidos com 3 ou 4 agentes de toxicidade acumulada suspeitada (ex. Triumeq®,
Stribild®/Genvoya®) fazem de avestruz relativamente aos progressos da farmacopéia e da prática clínica.
MOBIDIP: Manutenção por IP/r + 3TC melhor que IP/r
Apesar do apoio mantido em Salpêtrière [NdT: Hospital em Paris], a monoterapia de manutenção em IP, não dá flores. O ensaio MOBIDIP (ANRS 12286) enterrou-a sem dúvida: o braço de apenas monoterapia teve de ser interrompido (demasiadas falhas virológicas) enquanto que o braço de biterapia continua satisfatório.
O Pr. François Raffi comenta : Uma taxa mais elevada de sucesso que a monoterapia de IP/r apesar da presença da mutação M184V. Com efeito, 97 dos 137 pacientes, no braço IP/r + 3TC, apresentam a mutação M184V (típica da resistência à 3TC).
A conclusão é clara: a
manutenção com PI/r mais 3TC está associada a uma elevada taxa de sucesso apesar da presença da M184V, ao passo que a monoterapia PI/r não pode ser recomendada.
Espantar-nos-emos de ver a ANRS nesta aventura. Votada ao fracasso?
É fácil dizer à posteriori... Aqui, também, por diversas vezes emiti a opinião de que o ICCARRE é um plano melhor!
Bom... Sobre este caso, a minha posição sai reforçada. MOBIDIP: claquete de fim para a mono de IP.
Para ir mais além, leiam a magia da 3TC, a partir da página 20.
Bom fim-de-semana e vida boa!
Sem comentários:
Enviar um comentário