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sexta-feira, 7 de abril de 2017

ÉTICA E MORAL

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)




Com 15 anos de atraso, a ANRS capitula [NdT: ANRS - agência nacional francesa de investigação sobre vih e hepatites virais], Morlat capitula [NdT: "Relatório Morlat", documento com as 'guidelines' francesas]: os pacientes, maltratados, reclamarão contas: a falta ética será central...
ALEGRIA! Jacques Leibowitch, investigador das extirpes, da carga viral, das triterapias, do 1/7, nobelizável e mediático, oferece-nos este apontamento!



ÉTICA E MORAL DO PROGRAMA ICCARRE

Por Dr. J. Leibowitch, emérito Universitário

Os estudos sobre intermitência em ciclos curtos, conduzidos desde há 15 anos em pacientes com CV indetectável, há mais de um semestre e depois de um ataque incompressível de 6 meses, estabeleceram a viabilidade / aceitabilidade / eficácia das reduções ICCARRE, sem falhas virológicas inaceitáveis.

A possibilidade de interromper os ARV segundo o protocolo ICCARRE repousa sobre a fisiologia pendular da reprodução do VIH 'in vivo', oscilante entre crescimento linear lento sub-50 e crescimento exponencial explosivo, à debilidade verificada sob sinergia ARV sustentada, em ON e OFF, segundo o ambiente, bio-fisiológico ou farmacológico, interno. E quer seja em OFF ARV ou no intervalo entre inoculação e primo-infecção, o VIH em fase de crescimento submerso (<50) lento, precisa de 7 a 21 dias ou mais para se desenvolver em multiplicação exponencial detectável.

Esta periodicidade dinâmica, tão característica: antes, depois sob tratamento, depois fora de tratamento, depois sob retoma do tratamento, dá uma legibilidade quase matemática aos reaparecimentos pós-virais deferidos ou adiados, também chamados de "anergia", eclipse, ou sideração pós-antiretrovirais... que destrói o preconceito acordado quanto à absoluta necessidade de nunca interromper o tratamento.

Iniciados em 2000-2004 por Dybul, e desmentindo os oráculos sentenciosos predictivos do retorno do VIH em 24-48 horas em caso de paragem dos ARVs, os iniciadores dos tratamentos estruturados em ciclos curtos colocaram o seu fio de prumo entre os 7 a 21 dias de atraso objectivo entre a interrupção e o reaparecimento do VIH, na 2.ª fase de tratamento anti-VIH: manutenção, continuação...

Durante estes últimos 15 anos os factos reais afirmaram a sua tenacidade: rasgando os preconceitos da sabedoria acordada, o VIH tornado indetectável sob ARVs sinérgicos após um semestre demonstrou e re-demonstrou que ele NÃO reapareceria antes de uma ou mais semanas depois da interrupção momentânea!

Por outro lado, os estudos piloto demonstram uma atenuação/desaparição dos efeitos indesejáveis do tratamento contínuo. Por fim, o ciclo curto responde ao pedido dos pacientes para os quais quem receita deveria ter em conta os constrangimentos psicológicos e sociais dos ARVs contínuos.

A vantagem dos ciclos curtos ? É, desde logo e antes de tudo, de ordem deontológica e ética. Quem prescreve deve apenas receitar o necessário e suficiente para atingir e manter os objectivos terapêuticos (CV <50 cópias 'à la longue'), quando o real objectivo factual a tal convida = manda!

Responsabilizado, o prescriptor deve manter as suas receitas à distância da sobre-medicação, o maximalismo quotidiano regulamentar, ainda hoje, para idolatrar ou proteger prescriptores 'peritos' instituídos, e fabricantes...

Para além da ética e da deontologia, a redução dos constrangimentos e dos custos medicinais da intermitência medicamentosa do tipo ICCARRE pode bem apresentar-se como a cereja no topo deste bolo obrigatório... 'primum non nocere'. Não existe autorização regulamentar à sobre-medicação.

Releiam, pensem em Hipócrates e não nos hipócritas, e coloquem as vossas questões, em baixo, nos comentários! Considerem também juntar-se aos amigos do ICCARRE!

Última hora: Prof. F. Dabis nomeado director da ANRS

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