Pesquisar neste blogue

sábado, 25 de fevereiro de 2017

As Dez Figuras Negras

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)


As Dez Figuras Negras

Por referência, sem malícia alguma, a Agatha Christie, patrona dos espíritos dedutores


Este blog é consagrado à toma semanal, a nossa escolha, e, seu título! Muitos a recusam, por ignorância; outros não lhe são elegíveis: A Monoterapia de Tivicay® é uma alternativa menos boa. Interessamo-nos por ela, apesar de tudo, para que o aligeiramento esteja aberto a todos.

É demasiado fácil deitar fora a monoterapia "com a água do banho". Ah!...O que eu gostaria de ser remunerado para fazer de claque de cada vez que um dos vendidos afunda o aligeiramento. Ah!... Como seria fácil! Apresentação alarmista do DOMONO e, hop, deita-se a mono de Tivicay® ao caixote...Pff... Que inocência!

Não nos enganemos acerca disto: haverá sempre, doravante, pacientes ou médicos para fazer a Monoterapia de Tivicay®. Sempre. Na óptica ICCARREana que é a nossa, estão errados! Porque o ICCARRE (1/7), é melhor.

Mas não interessar, nem um, nem outro, é ainda mais parvo! Quantas vezes tive eu vontade de encher, a golpes de Triterapia, a fronha dos vendidos que fazem de claque!

Mais vale tentar compreender como se tem de levar a coisa...

Como n' "As Dez Figura Negras", há método, algoritmo e... prejuízos.

O Calcanhar de Aquiles não é uma fantasia!


O calcanhar de Aquiles? Está neste apontamento... A Prof.ª Katlama abre uma hipótese à crítica e ao grande público; e ainda me dizem que eu deliro... Tretas!

A Dr.ª Celia Oldenbuettel descreve na Antiviral Therapy, a primeira falha não-Calcanhar de Aquiles. Ela toma bem o cuidado de aí precisar:

Se a Dr.ª Celia Oldenbuettel tem o cuidado de trazer, com muitas precisões, um contra-exemplo, é porque ele dá crédito à hipótese de Katlama.

O Dr. José Blanco, na sua apresentação na CROI 2017, faz o mesmo (ver abaixo). Logo a teoria de Katlama, provavelmente necessária, sem dúvida não suficiente, é tomada a sério em Paris, Barcelona e Munique. Não é uma fantasia do Charles-Edouard. Tentem então invalidar a hipótese! Vamos lá rir.

Barcelona, Montreal e Munique


Recompensemos a abnegação dos voluntários precursores! Como? Tirando benefício da sua experiência... Para Oldenbuettel, é viável em pacientes escolhidos, triados. O Dr. Blanco reagrupa Barcelone, Montreal e Munique: 122 monoterapias. Vejamos o efeito de um algoritmo de tri sobre o sucesso real.
MINIDOLU vih HIV Dolutegravir Tivicay MonoDolu DOMONO CROI 2017 jose blanco

E agora, vamos fazer cair as garrafinhas de cima do muro, uma a uma, até à última!

Primeira regra algorítmica: excluir os "Calcanhares de Aquiles" (= Cavalos de Tróia): Eles não têm direito (talvez erradamente, mas bom...).

Bing! Bing! Bing! Bing! Bing! Bing! Fazemos saltar SEIS! 6 dizem-nos como evitar a sua desventura. Mais de metade!

Segunda regra algorítmica, imperiosa para o aligeiramento: NIET aos esquecidos. Eles dão tantas munições ao inimigo, cheio de consulting. Escapando da sobredosagem, nela mergulham outros!

DOIS a menos ! 50% e 88% de adesão (sobre-avaliada...) é inaceitável!

Terceira regra algorítmica: excluir da análise os pacientes nos quais a CV é detectável à partida! Será necessário exclui-los da estratégia? Essa, é outra questão; exclui-los da análise: sim... (como para o ANRS-4D ou qualquer ensaio formal).

Restam então 3 falhas, sobre mais de uma larga centena. E não temos verificação de dosagem. Ora, antes do escrutínio das dosagens, tínhamos também 3% de falhas no ANRS-4D.

Um dos dois persiste, com coragem (talvez soubesse a que se agarrar) e re-suprime (<37) sempre em monoterapia. Nada de re-dosagem, nada ... Uma falha? não para ele: ele está contente, contente, contente. Será o único? Não, dois outros pacientes tomam o mesmo caminho continuando em mono de Tivicay®! E os denegridores remunerados obrigados têm bem ar de parvos!

MINIDOLU vih HIV Dolutegravir Tivicay MonoDolu DOMONO CROI 2017 jose blanco

Agora, é verdade, restam 2... Sejam lá 1, 2 ou 3 %. Com virémias piriris que se apanham com a primeira TRI um pouco forte à mão, o que permite regressar a quelquer coisa mais ligeira, e, considerar o 4/7, o que, aos nossos olhos, seria uma melhor estratégia. Esperemos que eles o tenham compreendido!

Não! A mono de Tivicay ® não é a perdedora neste caso!


O perdedor, é o pobre paciente que, em manutenção, continua preso, teimosamente, à sua TRI de cavalo, tão inútil como perigosa. E nas sedes sociais, saboreia-se um charuto...

De facto, no grupo de controlo (bi e triterapias; estudo em curso), são 6-7 % de falhas!

Em conclusão, a monoterapia de Tivicay®, em manutenção, com selecção prudente de pacientes, é, como diz a Dr.ª Oldenbuettel, uma estratégia segura e eficaz de desanuviamento, em pacientes "indetectáveis", escolhidos...

Guardemos isto em mente, pois o DOMONO vão ser outros quinhentos!

Lembrete: 95 % dos pacientes estão em sobre-medicação inútil e perigosa...

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Lamivudina, estrela discreta

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)


Lamivudina, estrela discreta

Por Charles-Edouard!

Novidades de Lionel, da [Ilha de] Reunião, em Triumeq® 1/7 (toma única semanal)


Funciona, funciona !!! E isso, aqui, não nos espanta absolutamente nada! Boa continuação!

Em mim mesmo, o MiniDolu (Tivicay® 1/4 de comprimido quotidiano) funcionou bem (6 meses) mas prefiro garantir o golpe com a pequena Lamivudina, nada antipática; por ora: 50 mg de Tivicay® (DTG) + 300 mg de Lamivudina (3TC), Sábado + Domingo, com o objectivo de concentrar tudo ao Domingo.

É um pouco como aqueles que tomam Triumeq® em 1/7 (DTG 50 mg + Lamivudina 300mg + Abacavir 600mg (!)), certamente, mas sem o Abacavir!...

Mais prático que a fórmula, comprovada, de Leibowitch (quadriterapia em 1/7 : 1 NNRTI + 3 NRTI).

Lamivudina, estrela discreta dos ensaios bem sucedidos


A Lamivudina é um antiretroviral (e um antiviral) genérico. Não falamos da sua cópia versão fluorada (Emtricitabina); que é igual... Os fabricantes continuam a encher-se de somas loucas por um clássico, caído no domínio público.

Ela é reputada de inocente... Reputação provavelmente mal estabelecida, de facto, na medida em que quando quase toda a gente toma Lamivudina (ou a sua sósia) não se pode fazer a distinção: é impossível de distinguir a sua toxicidade da imputada ao vírus ou ao tratamento em geral.

Ela ilustra-se em diversos ensaios recentes, entre os quais: Gardel, Paddle, Lamidol, Dual... As monoterapias (de Tivicay® ou de antiproteases) são satisfatórias, mas conhecem algumas falhas. Pelo contrário, juntemos-lhe a inocente (e pouco cara) Lamivudina, e eis-nos perante um sucesso quase geral.

Fim da resistência à 3TC (M184V)


Tal como o Videx® [didanosina], a sua potência intrínseca é fraca. 1 Log em monoterapia, com desenvolvimento de mutação na posição 184. O vírus mutado continua ainda assim bastante sensível (ca. 0,5 Log), logo, encontramo-la, a ela ou à sua sósia, em TODAS as triterapias clássicas, sem excepção: Atripla®, Stribild®/Genvoya®, Eviplera®, Truvada® + X, Kivexa® + X, faz toda a gente!

Investigadores, surrealistas, avaliaram a sua contribuição de potência em 12% da TRI.

A maior parte dos ensaios têm pacientes sem a M184V. O Prof. Reynes ([ensaio] DOLULAM) observa no entanto que há 10 pacientes (37%) com esta mutação, e funciona também nestes!
É também verdade no [ensaio] MOBIDIP (abaixo). É uma muito boa novidade para os pacientes 'históricos': não lhes devemos mais contrapôr a M184V para lhes interdir um aligeiramento.

PADDLE


Sucesso total em ataque DTG+3TC pelo Dr. Cohen, em Buenos Aires. Anedota saborosa: houve um paciente que teve uma virémia positiva, a qual deveríamos chamar de 'falha virológica'. Ao contrário dos nossos virologistas p(h)arisienses, que o teriam carregado de triterapia de cavalo, o bom Dr. Cohen decide por persistir, e ei-lo recompensado com uma re-supressão.

O Dr. Lanzafame dá-se igualmente bem com os seus ataques em mono de Tivicay® (9 pacientes publicados, e outros que o serão em breve...).

LAMIDOL : Sucesso da manutenção DTG+3TC


É um ensaio da ANRS [NdT: ANRS - agência nacional francesa de investigação sobre vih e hepatites virais], de manutenção, onde em 104 pacientes admitidos, a tomar Tivicay®/Lamivudina quotidianamente, há apenas uma falha virológica intrínseca ([por comparação:] ICCARRE+ANRS-4D = ZERO falhas intrínsecas em 190 pacientes!)
Ao contrário, há falhas no DOMONO (manutenção apenas com DTG), e a grande interrogação que coloca o calcanhar de Aquiles, àqueles e àquelas, castigado(a)s, talvez, por terem tomado Isentress®, Stribild®/Genvoya®.

Se o preço a pagar é juntar Lamivudina, não sai caro. Desde que se elimine definitivamente o Abacavir ou o Tenofovir!

Aqueles que continuam a tomar, para além da fase de ataque, comprimidos com 3 ou 4 agentes de toxicidade acumulada suspeitada (ex. Triumeq®, Stribild®/Genvoya®) fazem de avestruz relativamente aos progressos da farmacopéia e da prática clínica.

MOBIDIP: Manutenção por IP/r + 3TC melhor que IP/r


Apesar do apoio mantido em Salpêtrière [NdT: Hospital em Paris], a monoterapia de manutenção em IP, não dá flores. O ensaio MOBIDIP (ANRS 12286) enterrou-a sem dúvida: o braço de apenas monoterapia teve de ser interrompido (demasiadas falhas virológicas) enquanto que o braço de biterapia continua satisfatório.

O Pr. François Raffi comenta : Uma taxa mais elevada de sucesso que a monoterapia de IP/r apesar da presença da mutação M184V. Com efeito, 97 dos 137 pacientes, no braço IP/r + 3TC, apresentam a mutação M184V (típica da resistência à 3TC).

A conclusão é clara: a manutenção com PI/r mais 3TC está associada a uma elevada taxa de sucesso apesar da presença da M184V, ao passo que a monoterapia PI/r não pode ser recomendada.

Espantar-nos-emos de ver a ANRS nesta aventura. Votada ao fracasso? É fácil dizer à posteriori... Aqui, também, por diversas vezes emiti a opinião de que o ICCARRE é um plano melhor!

Bom... Sobre este caso, a minha posição sai reforçada. MOBIDIP: claquete de fim para a mono de IP.

Para ir mais além, leiam a magia da 3TC, a partir da página 20.

Bom fim-de-semana e vida boa!

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Dia de Darwin

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)


O Dia de Darwin: 12/02/2017

Por Charles-Edouard!



De um paciente perseverante:


A monoterapia de Dolutegravir, uma vez validada, convida a um aligeiramento 4/7 (mono de Dolutegravir). Ela atrai e apresenta um bom equilíbrio entre a redução de toxicidade, de custo, de maleitas, etc...
A minha experiência MiniDolu (1/4 de comprimido 7/7) estaria bem, mas encontro-me em baixa de forma, por isso prefiro tomar mais.
A dose óptima, semanal, por intuição, será talvez entre 100 e 200 mg, no meu contexto de interacções suspeitadas. Estou a tentar 50 mg DTG + 300 mg 3TC, Sábado + Domingo; se resultar (já há 4 meses sem resubida de CV...), passarei a 100 mg DTG + 600 mg 3TC, ao Domingo.

Amanhã, é o Dia de Darwin!


O colete de salvação de todo o aligeirador que se respeite: O afogamento! Mal compreendido por Katlama, negado pelos doutrinários americanos (creacionistas de alma...), o afogamento é a recuperação que permite ao aligeirador azarado (se o fôr...) fazer um reset das mutações adquiridas.

Descrito por JACQUES LEIBOWITCH ("Para acabar com o SIDA", na Amazon, ou na net).



Vírus selvagem = sensibilidade a todas as classes iniciais: eis o trabalho!

Bom... Isto não se faz em 5 minutos, logo, é necessário guardar-se uma reserva de tempo (1 ano?); quando se entrou cedo em tratamento, dispõe-se desse tempo-reserva: eis um bom argumento a favor do pronto-tratamento; mas quem para o defender?

Enfim, revisitemos Darwin, e eis aqui então, alguns recursos ao calhas:

Em francês: Conferência aniversário

A ver A resistência em imagens

A Origem das espécies (áudio-livro) é uma refutação de William Paley e da sua teologia natural

A série Stated Clearly

Richard Dawkins Christmas Lectures

E o homem criou o cão

Best of PZ Myers Arguments And Comebacks



Na Actualidade:


- Donald Trump exige uma redução do preço dos medicamentos: le Monde e YouTube
- Genvoya® autorisado mediante uma redução de preço
- Lanzafame lança um semi-4/7
- DOMONO: os resultados completos na CROI



Bom dia de Darwin e vida boa!