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sábado, 22 de abril de 2017

Wainberg e mais

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)

In Memoriam: Mark Wainberg

Por Charles-Edouard!

Este blogue é muito lido, incluindo por especialistas...

Leibowitch ofereceu-nos numerosas prendas: Stalingrad, o ICCARRE, é claro, o apontamento anterior, que fez grande sucesso, e estar de volta ao combate, com força.

Nos meus próximos apontamentos irei apresentar o meu novo projecto: algo que vai um pouco mais além...
Foi concebido no contexto do universo Leibowitcheano com um contributo incontestável de Mark Wainberg (e do seu co-autor usual: Thomas Mesplède): este projecto inspira-se na filosofia ICCARREana (no Eclipse, resumidamente), e em trabalhos recentes de Wainberg/Mesplède.

A proposta Wainberg, que apresentarei em breve, ressoa (raciona?), detona (ou explode) tipo Leibo. A produção científica de Wainberg (wikipedia), em tempos debilitada, relançou-se...

Má sorte... Nadar no mar, apesar da bandeira vermelha: afogamento fatal: cf. CBC News e Le Monde.

A sua entrevista no YouTube inspira a página Mono de Tivicay® e a nossa exploração de DTG.

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Hábil político, presidente de diversas instituições, o Dr. Wainberg opôs-se igualmente à negação do sida, responsável por cerca de 330 000 mortes, apenas na África du Sul... Ele milita por um melhor acesso ao teste em vista do 90-90-90 (ver aqui), que abordaremos em breve.

O meu leitor, aqui, beneficia, ele duvida um bocado, das ideias inovadoras: isto mexe... há Leibowitch novo, a caminho, há Lanzafame novo, próxima semana... Há Biosantech novo, a vir... 2017 será um milésimo Wainberg/Mesplède.

Na PreP, como alternativa ao Truvada®, uma mono ou bi de Tivicay®, é Wainberg.

A exploração e operação das causas do Calcanhar de Aquiles, é Wainberg/Mesplède.

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Tem o crédito da utilização ARV da Lamivudina, de Bernard Belleau (Epivir® da ViiV); muito publicou sobre o Dolutegravir (Tivicay® da ViiV). E o que toma este vosso criado? Lamivudine + Dolutegravir (1 vez por semana, ainda por cima...).

Wainberg tornou possível o quarto de hora de glória Warholiana da Biosantech: lá voltaremos.

Expliquei-lhe o corte do limite experimental à potência do DTG, aqui: rimos bastante (vocês também...) e, depois, os nossos contactos foram regulares, muito enriquecedores, sem serem frequentes.

Mark Wainberg AIDS cure WHO 90-90-90
Estou triste, é certo, mas tive a sorte de ter tido contacto com ele, de delirar sobre o que será possível em breve, antes que um momento de distracção no-lo subtraísse. Que sorte eu tive!

Wainberg e mais além: ele tinha muitas ideias, projectos, entusiasmo. Ele visualizou a erradicação e a remissão. Ele estava satisfeito pelo retorno de Nicolas Chomont a Montreal. Thomas Mesplède vai continuar, esperamos!

Homenagem In-memoriam, é claro! Mas façamos mais: leiamos os seus trabalhos e avacemos para a erradicação e remissão, o que é a nossa esperança, o que é o objectivo, e eu penso que vamos ter razão. Venceremos!

Com todas as nossas condolências à sua família, aos seus próximos, aos seus colaboradores, aos seus amigos.

Nota de 11/05/2017: uma homenagem muito tocante de um dos seus antigos alunos, Eric J. Arts.

Noutro registo: Bom Fim-de-Semana eleitoral sem demasiada medicação! Okay ??

sexta-feira, 7 de abril de 2017

ÉTICA E MORAL

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)




Com 15 anos de atraso, a ANRS capitula [NdT: ANRS - agência nacional francesa de investigação sobre vih e hepatites virais], Morlat capitula [NdT: "Relatório Morlat", documento com as 'guidelines' francesas]: os pacientes, maltratados, reclamarão contas: a falta ética será central...
ALEGRIA! Jacques Leibowitch, investigador das extirpes, da carga viral, das triterapias, do 1/7, nobelizável e mediático, oferece-nos este apontamento!



ÉTICA E MORAL DO PROGRAMA ICCARRE

Por Dr. J. Leibowitch, emérito Universitário

Os estudos sobre intermitência em ciclos curtos, conduzidos desde há 15 anos em pacientes com CV indetectável, há mais de um semestre e depois de um ataque incompressível de 6 meses, estabeleceram a viabilidade / aceitabilidade / eficácia das reduções ICCARRE, sem falhas virológicas inaceitáveis.

A possibilidade de interromper os ARV segundo o protocolo ICCARRE repousa sobre a fisiologia pendular da reprodução do VIH 'in vivo', oscilante entre crescimento linear lento sub-50 e crescimento exponencial explosivo, à debilidade verificada sob sinergia ARV sustentada, em ON e OFF, segundo o ambiente, bio-fisiológico ou farmacológico, interno. E quer seja em OFF ARV ou no intervalo entre inoculação e primo-infecção, o VIH em fase de crescimento submerso (<50) lento, precisa de 7 a 21 dias ou mais para se desenvolver em multiplicação exponencial detectável.

Esta periodicidade dinâmica, tão característica: antes, depois sob tratamento, depois fora de tratamento, depois sob retoma do tratamento, dá uma legibilidade quase matemática aos reaparecimentos pós-virais deferidos ou adiados, também chamados de "anergia", eclipse, ou sideração pós-antiretrovirais... que destrói o preconceito acordado quanto à absoluta necessidade de nunca interromper o tratamento.

Iniciados em 2000-2004 por Dybul, e desmentindo os oráculos sentenciosos predictivos do retorno do VIH em 24-48 horas em caso de paragem dos ARVs, os iniciadores dos tratamentos estruturados em ciclos curtos colocaram o seu fio de prumo entre os 7 a 21 dias de atraso objectivo entre a interrupção e o reaparecimento do VIH, na 2.ª fase de tratamento anti-VIH: manutenção, continuação...

Durante estes últimos 15 anos os factos reais afirmaram a sua tenacidade: rasgando os preconceitos da sabedoria acordada, o VIH tornado indetectável sob ARVs sinérgicos após um semestre demonstrou e re-demonstrou que ele NÃO reapareceria antes de uma ou mais semanas depois da interrupção momentânea!

Por outro lado, os estudos piloto demonstram uma atenuação/desaparição dos efeitos indesejáveis do tratamento contínuo. Por fim, o ciclo curto responde ao pedido dos pacientes para os quais quem receita deveria ter em conta os constrangimentos psicológicos e sociais dos ARVs contínuos.

A vantagem dos ciclos curtos ? É, desde logo e antes de tudo, de ordem deontológica e ética. Quem prescreve deve apenas receitar o necessário e suficiente para atingir e manter os objectivos terapêuticos (CV <50 cópias 'à la longue'), quando o real objectivo factual a tal convida = manda!

Responsabilizado, o prescriptor deve manter as suas receitas à distância da sobre-medicação, o maximalismo quotidiano regulamentar, ainda hoje, para idolatrar ou proteger prescriptores 'peritos' instituídos, e fabricantes...

Para além da ética e da deontologia, a redução dos constrangimentos e dos custos medicinais da intermitência medicamentosa do tipo ICCARRE pode bem apresentar-se como a cereja no topo deste bolo obrigatório... 'primum non nocere'. Não existe autorização regulamentar à sobre-medicação.

Releiam, pensem em Hipócrates e não nos hipócritas, e coloquem as vossas questões, em baixo, nos comentários! Considerem também juntar-se aos amigos do ICCARRE!

Última hora: Prof. F. Dabis nomeado director da ANRS