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domingo, 25 de junho de 2017

E Morlat mata o Quatuor

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)

Folhetim de verão 2016: a 'batota' no ANRS-4D
Folhetim de verão 2017: ponto por ponto, o ensaio DOMONO terá sido, de facto, um real SUCESSO, ao contrário da vulgata espalhada. Absolutamente a seguir!

E Morlat* mata o Quatuor

Por Charles-Edouard!

[NdT: * refere-se ao 'Relatório Morlat', o relatório de peritos sob a égide da ANRS - agência nacional francesa de investigação sobre vih e hepatites virais - e que tem o nome do seu redactor, o Prof. Morlat. Basicamente, é o documento com as "guidelines" francesas relativas ao tratamento do VIH]

O relatório Morlat ratifica o ICCARRE (em 4/7, ainda por cima). A sua actualização (Maio, 2017) está aqui! Eis-vos então ao corrente (ninguém vos tinha dito...). O texto está nele gravado. E aqui, bem que se evitou de se utilizar o termo de estratégia recomendada...


EstratégiaOpinião Morlat
Darunavir 600/100 mg/j
Ao dia de hoje, [...] não pode ser recomendada.
biterapia (IP/r + 1 INTI)
Esta estratégia pode porém ser proposta, [com] darunavir
biterapia DTG/3TC
[em espera] não pode ser recomendada por agora.
biterapia RAL + MRV
Esta associação não pode porém ser recomendada.
biterapia IP/r + raltegravir
esta estratégia não pode ser recomendada.
biterapia INI + INNTI
a associação dolutegravir + rilpivirina pode ser considerada.
Monoterapia IP/r
monoterapia DRV/r pode ser considerada.
Monoterapia Dolutegravir
não é recomendada     [NdCh-E: a isso voltaremos!]
ICCARRE (4/7 tomas)
Em caso a caso[...] 4 ou 5 dias em 7 pode ser considerada


Morlat autoriza o ICCARRE: ponto-parágrafo!



É uma relação de forças: os golpes baixos abundam


Descrever o ICCARRE sem o citar é desonesto. É uma vergonha e um insulto aos médicos, aos voluntários, à ciência. O Trump tuitaría: it's a disgrace: é uma grosseria sem nome!

Não é um relatório de 'peritos', mas o resultado de uma relação de forças... Entre os laboratórios, os seus 'peritos', e os Selvagens. Os Legitimistas não são mais que um veículo da sobremedicação.

Os Legitimistas servem-nos o cozido: vejam no YouTube. Vomitei. Vomitei isto... Sob pretexto de apresentar o Quatuor, é um hino ao status-quo, a sobre-medicação. Truchis, de olhos fixos num vazio sideral de um Quatuor distante, cada dia mais distante. Vejam os seus olhos... Sente-se a evasão (cheia de imprecisões). Quanto à sua explicação sobre as 'falhas' no ANRS-4D, ele é astuciosamente, mas desajeitadamente, cortado no momento onde não podia senão enfrentar que o número de falhas intrínseco é de ZERO, ao que ele já testemunhou e ao que não poderá escapar.

E a sua publicação num jornal científico: ainda esperamos!!! E caso se vire o bico ao prego: a carta ao editor, em caso de dissimulação da verdade, está prontinha: é só enviá-la. Nada foi publicado e perguntamo-nos bem porquê...

Que é que importa: nós, os pacientes, retemos o fundamental: O Morlat autoriza o ICCARRE, ponto-parágrafo!

Quatuor, um ensaio pretexto


Falta ao ANRS-4D o braço comparador. Sem braço comparador não há 'recomendação', é preciso demonstrar a não-inferioridade... em relação a um braço que seguisse a estratégia por defeito (7/7). A inferioridade intelectual e moral está em ignorar o braço comparador disponível: a imensa coorte de pacientes sob tratamento estandarte. Ou mesmo, o histórico do paciente candidato. O ANRS-4D tem ZERO falhas intrínsecas, ou seja, melhor que os resultados da coorte! E, mesmo contando as 'falhas' falsas (4%), uma margem de 12% (ver o cálculo DOMONO), e assumindo a hipótese de que os controlos têm 100% de sucesso, a fasquia de não-inferioridade é de 88%. Como também existem falhas nas coortes de controlo, a taxa admissível é bem inferior a 88%.

Qualquer estratégia de sucesso melhor que 100% menos a margem de erro (ex.: 12%, portanto 88%) é não-inferior em absoluto: que se pode pedir mais ???

O perito mais idiota compreenderá. Mas os 'peritos' não são idiotas, longe disso: eles querem é papar. O que obriga ao Quatuor é a falta de neurónios ligados e de força no braço de ferro...

Quatuor, um ensaio pouco ético


O Quatuor está atrasado, mal elaborado, abastardado (presença de Stribild®/Genvoya®!!!), e em movimento retardado, em detrimento manifesto do pobre voluntário!

Que apenas um dos meus leitores nele participe e eis-me em desespero. Não imagino sequer o roubo do lugar dum pobre infeliz para o qual o Quatuor é a única oportunidade de beneficiar, bem ou mal, duma estratégia... autorizada! E pior ainda, para aqueles que não poderão nele entrar! Existem apenas 10 lugares por hospital participante francês!

E então o consentimento informado! Vão dizer aos candidatos que eles vão, a título excepcional, beneficiar de uma estratégia inédita, mas já autorizada!!! Quando os candidatos, postos em espera interminável (já vai com um ano de atraso), se virem afectos ao grupo diferido, eles farão como quiserem, seja o ICCARRE selvagem, seja um dedo do meio bem merecido.

E ao fazerem o ICCARRE selvagem, ou à la rigor, seguido por um médico (juntei mais 2 à lista), com o que ninguém pode argumentar/provar que há um risco, eles participarão activamente em construir esta relação de forças que é a única a revelar-se eficaz em fazer capitular o Morlat.
O vosso ICCARREísmo militante e os vossos testemunhos são bem-vindos!

Morlat matou o Quatuor. Terá também morto este blog?


Coloquei-me a questão... Como o nosso assunto é a toma semanal, a autorização do 4/7 aumenta o nosso público leitor potencial, enquanto que reduz o dos ICCARREanos convencionais. Temos portanto o vento em popa.

Bom... Gay-Pride este Sábado e ruptura do jejum (fim do Ramadão) no seguimento, este Domingo: Fim-de-semana de festividades e alegrias: bom fim-de-semana, vida boa e sem excesso de medicação!

Folhetim de verão 2016: a 'batota' no ANRS-4D
Folhetim de verão 2017: ponto por ponto, o ensaio DOMONO terá sido, de facto, um real SUCESSO, ao contrário da vulgata espalhada. Absolutamente a seguir!

sábado, 17 de junho de 2017

Absolutegravir

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)

O número de leitores do blog explode: Temos novos projectos, precisamos de ajuda! Procuram-se tradutores e uma voz para fazer podcasts. Alguém para animar via redes sociais será também uma grande ajuda! Se apreciam mesmo este blog, então participem!

O Absolutegravir

Por Charles-Edouard!

O que não se vê na TV, Suicídios e Insómnias fármaco-induzidas...

'Déjà vu'... Montes e montes de vezes! Desde já, atenção à depressão e às tentações suicidárias induzidas pela má medicação: isso não avisa e é grave, ou mesmo mortal. É claro que tu sabes de onde é que isso vem. Atenção à roleta russa médica: tenta-se uma combinação, depois outra, e a seguir outra: é um truque de médico 'septista'. Atenção à sobrecarga medicamentosa: antidepressivo, ansiolítico, sonífero, quando já tomas 3 moléculas, em doses maciças... À priori, sem que isto seja um aconselhamento médico, poderias talvez começar a considerar o aligeiramento (já és elegível em modo FOTO)... Bom... Vejamos o que nos promete o futuro:

Absolutegravir: um novo membro


Desde logo, é um ...gravir. Segundo a regra de nomes que identifica as moléculas, é um inibidor (preferencial) da integrase. Encontramos listas. -gravir é um dos novos.

Como para os cavalos, existe uma regra de primeira letra, em ordem de aparição. Temos então: Elvitegravir (Gilead); Dolutegravir (ViiV); Cabotegravir (ViiV); Bictegravir (Gilead).

E, o seu a seu dono, tomo, na ordem, a letra A, a qual faço seguir de uma consoante. Logo, senhores do Marketing Farmacêutico, tomem nota: a letra A está reservada para o Charles-Edouard!

Porquê 'Absolut'? Certo, gosto muito de vodka... E como Absolutegravir é uma fantasia de gente civilizada, um bocado amalucada, cai muito bem.


Absolutegravir: nascido de um flash de lucidez Wainberg/Raffi


Wainberg/Mesplède e Raffi publicaram uma opinião previdente: E se o VIH fosse incapaz de desenvolver resistência a um novo agente terapêutico.

Wainberg e Raffi já estão habituados... Há que esperar pelo elogio funebre ao DTG. Certo... Contudo, esta opinião data de 2103, e prevê tudo o que a clínica observará posteriormente (Calcanhar de Aquiles (2015), sucesso em pacientes naïfs (2016), etc...).

Sem resistência? Claro que não! Há uma enorme artilharia de defesa dos Laboratórios, donde a política de 'evergreening' (saída de medicamentos, em catadupa, numa altura apropriadamente escolhida) assenta sobre o conceito da multi-terapia. A monoterapia é o fim programado da galinha dos ovos de ouro!...

Absolutegravir = zero resistência, zero, zero, zero


Evidentemente, qualquer semelhança com moléculas presentes ou passadas é mera coincidência. Colocamos isto depois dos cenários inspirados em factos reais, para não chatear.

Logo, o Absolutegravir, não é DTG. Deixamos isso bem claro.

Contrariamente aos outros ARV, descobertos por tentativa/erro, ele foi concebido por computador: modelou-se numericamente a Integrase (ver esta animação em 3D), e um software de ancoragem (docking) testa milhões de configurações, que se vão agarrar o mais eficazmente possível à Integrase,  lá, onde esta ancoragem toma o lugar do qual o vírus tanto necessitaria. Lamento, cavalheiro, o lugar está tomado...

Fazemos uma primeira passagem com uma Integrase 'selvagem', não mutada, depois reprocessamos em integrases mutadas, até sair a (ou as) molécula final.

Faz-se seguidamente uma outra tri para se assegurar que a molécula não aponta (ou pouco) a enzimas correntes, para ser mais específica, e evitar efeitos secundários. Isto tornou-se possível porque também se modelaram numericamente muitas proteínas/enzimas. Isto é caríssimo, mas temos guito porque o nosso anterior bébé foi o blockbuster do século passado.

Como de costume, junta-se uma molécula (p.ex. uma ponte fluorada) que o fígado lutará para partir, donde uma semi-vida plasmática muito longa... Isto não serve para nada a não ser para gerar milhões de lucro. Perguntem portanto à Gilead, que são os génios da astúcia fluorada e os reis do petróleo!

Absolutegravir: em quantos miligramas?


Como não há efeitos secundários, e queremos passar os ensaios de comercialização, doseia-se a fundo, mas menos que as velhas moléculas. Vá, 50 ou 75 mg, deve dar... Nos ensaios de fase 2, 2 ou 10 mg foram suficientes, mas queremos lá saber dos ensaios de fase 2! Daqui a 20 anos podemos lançar um primo, de 30 mg, e prolongar os lucros por outros 20 anos!

E depois, a posologia é, in fine, da responsabilidade dos médicos, não dos farmacêuticos.

Não há resistência: a inobservância, fortuita ou planeada, não tem consequência: muito pouco, a CV reemerge, e aumentamos um pouco a dose. Em suma, gerimos as tomas como fazem os diabéticos: uma gota de sangue e gere-se;  no final encontramos o óptimo e barco para a frente: dispomos de um tratamento optimizado, personalizado, insensível à inobservância.

O Absolutegravir e o buraco negro Darwiniano


O Absolutegravir não selecciona nenhuma resistência. O buraco negro Darwiniano, que aparece quando uma mutação principal conduz o vírus a um impasse replicativo escontra-se aqui sem objecto. É um conceito da era anterior, do mundo de ontem, de DTG e da sua R263K.

Como é personalizado, pelo médico (útil à priori, mas não indispensável), vêm da Europa inteira aos nossos médicos miraculosos, que fazem dinheiro à grande!

O Absolutegravir é para quando?


O Absolutegravir, é a bomba atómica no mercado: no dia em que saia, gozamos as royalties durante 20 anos, mas depois acabou-se de vez. Epidemia erradicada, o filme acaba, e a galinha dos ovos de ouro também.

O Absolutegravir será portanto a última molécula a aparecer no mercado, porque ela matará o mercado, e nós, proprietários desta molécula perfeita, não a colocaremos no mercado antes de termos esgotado todas as astúcias para prorrogar os nossos enormes lucros.

A vida é bela.

Bom fim-de-semana, vida boa, sem medicação em excesso (lícita ou não...)

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sábado, 10 de junho de 2017

A Equação do Eclipse

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)

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A equação do Eclipse

Por Charles-Edouard!

Publicamos, no final deste artigo, 3 comentários/contribuições do Dr. Leibowitch. A não perder!

Os vossos testemunhos são úteis: a prova...

O ensaio START ofereceu a Liberdade, a quem desejar, de se tratar, sem espera. Mas, tratar a todo o custo é histeria colectiva. O aligeiramento também se faz sem condição de rácio (ver o Dr. de Truchis). Para a Mono de Tivicay®,ver o Dr. Lafeuillade, em Toulon [França].

O Eclipse não é quem vocês pensam!


As pessoas têm dificuldade em compreender o Eclipse do vírus, é um facto. Eis aqui uma visão bastante clássica. (Tenho em preparação uma outra versão que arrasa...).

Segundo uma conjectura de Siliciano (2003), o reservatório é a causa da recidiva e o reservatório não decresce a não ser tão lentamente que é ilusório esperar ver-lhe o fundo. É uma visão do final do século XX, há uma eternidade...

Numa publicação recente (Hill & al. 2014), ele faz modelizar no seu Laboratório o que o bom senso manda: a recidiva é um fenómeno estocástico (aleatório no tempo), tanto maior (longo) quanto o reservatório é baixo. É um fenómeno de Poisson, clássico, nada de novo debaixo do sol, dir-se-á. Slim Fourati levantou a lebre, desde 2012. Bruner e os Siliciano mostram que os provírus defeituosos acumulam-se rapidamente [...] para constituir mais de 93% de todos os provírus, independentemente do momento em que a terapia se inicia. 75-95 % do reservatório é merda. (Idem para as elucubrações da Prof.ª Roda-dos-Critérios... Adiante...). Ver aqui também.


Gostaríamos de poder prever o Eclipse, ter esperanças razoáveis e demitir as Grandes Sacerdotisas da Reemergência Imediata.

Conhecemos-lhe 2 componentes:  uma lavagem (wash-out) farmacocinética + uma cinética exponencial de reinício. Quanto mais a supressão for profunda, mais esta cinética reiniciará mais abaixo.

Em Ciclo Curto, o período ON aprofunda a re-supressão. Permitirá ele chegar ao fundo dos fundos? Marimbamo-nos um bocado... Enquanto se cogita já estás em pausa Dominical (ou 4/7, 2/7...).

A susceptibilidade do CD4


O CD4 é mais ou menos receptivo segundo a posição relativa do co-receptor CCR5 (ou XR4 em caso de bi-tropismo). As células sem receptores CD4 (p.ex.: os neurónios) são indemnes. Se têm o CCR5 bloqueado pela delta 32 (homozigótica ou heterozigótica) a susceptibilidade decresce, ou torna-se nula, como induzida no caso do paciente de Berlim. Ela decresce também após a activação ser acalmada: portanto, aguardamos um pouco antes de entrar em Ciclo Curto.

A resposta imunitária natural (CD8)


Os controladores de elite a atestam. Bastante raros, os alelos HLA-B*27 ou HLA-B*57 aumentam a geração de chaves, e a corrida aos armamentos joga menos a favor do vírus. A resposta imunitária, digamos, à altura duma eficácia de CD8 induzidos (simplifico), existe. E por isso actua.

O tamanho do reservatório


É uma gaveta onde cabe tudo, mal quantificado, mas, obviamente, a recidiva vem dele, e até mais ampla informação, admite-se isso mesmo. Quantifica-se tão mal que querer servir-se dele como 'critério' único é uma imbecilidade de primeira ordem. (ver abaixo o comentário #2 de Leibowitch).

A qualidade, a viabilidade do reservatório


75 a 95 % do código inscrito no teu genoma (tu és um OGM!) é Junk, merda, como as elucubrações etc... (não me repito, já percebemos). Logo não servirá de gatilho ao reinício. Ora, sabemos jogar com esta percentagem... Se tratarmos em Primo, a percentagem de competentes é baixa... Isto não nos serve de muito: não se refaz a história do paciente.
Ele evolui segundo as moléculas. Wainberg disso dá um exemplo convincente. Logo, para preparar a remissão, mesmo que imperfeita, há moléculas melhores que outras. Eis um tema tabu... A ele voltaremos!

Uma equação básica


O tempo de recidiva é inverso à susceptibilidade e ao reservatório (quantitativo), e proporcional à resposta natural e à proporção de Junk.

Temos então:



Eclipse = Lavagem (wash-out) +
 
(proporção de Junk x resposta imunitária)
_________________________________
(ADN Proviral x Susceptibilidade)


+ etc.
 


Aqui está! Nem toda a gente é igual, e isto evolui com o tempo; o caso-a-caso que recomenda o relatório Morlat vai ser bem difícil de apreciar pelo médico. Ele não tem as ferramentas nem os ábacos para os interpretar... (ver abaixo o comentário #3 de Leibowitch).

Veremos em breve como voltar isto a nosso favor e voltar a falar da remissão.


Bom Fim-de-Semana, vida boa, e prevejam stock: a França vai de encontro ao colapso social!


Os comentários (Dr. Jacques Leibowitch)


Comentário #1
Jacques Leibowitch 12 Junho 2017

Comentário #2
Jacques Leibowitch 12 Junho 2017

Comentário #3
Jacques Leibowitch 12 Junho 2017

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domingo, 4 de junho de 2017

Lanzafame salva a honra

(Esta página é uma tradução do original em francês, que pode ser lido aqui.)

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Lanzafame salva a honra

Por Charles-Edouard!

Na persecução das chaves da Liberdade:

Efectivamente, as CVs mais aproximadas, é importante, sobretudo no início... Quanto ao caso a caso, a questão que vem imediatamente é que caso é OK, e qual não o é, para não amalgamar tudo e encontrar as chaves.... E aí, falta a Ciência! E pessoas que façam a Ciência!

O Dr. Lanzafame fez propostas não demasiado ambiciosas, que foram retomadas em muito grande escala. Sim... de acordo, devo concordar, o ICCARRE deveria salvar o mundo: invenção americana, melhorada por Leibowitch e utilizada... em nenhum sítio, fora de França (por agora...). Ao ritmo ANRS, a sobremedicação e a suicidalidade induzida ainda verão belos dias.

O relatório Lanzafame é de importância científica planetária.

Uma analogia, um pouco de perspectiva


Tentemos ser concisos e claros: uma estratégia pode ser proposta a quem já tomou (manutenção ou secundária) e/ou a quem nunca tomou; ela pode também ser proposta aos sintomáticos e/ou assintomáticos. Belo exercício de balanço risco/benefício.

Apenas uma analogia
Cardiovascular Infecção VIH
Ensaio em primária Ensaio pacientes naïfs
Ensaio em secundáriaEnsaio em manutenção
Tomo como analogia um exercício igual, doutro contexto. A prescrição de estatinas (para reduzir o colesterol) pode ter cabimento para um paciente, digamos assintomático, e que nunca as tomou antes; e também para outro já vitima de um acidente cardiovascular. O primeiro caso diz-se de prevenção primária, o segundo, prevenção secundária. Espero que o paralelo seja evidente.

A "BigPharma" promove a (fútil) primária! Cochrane e Prescrire dizem, basicamente, a prevenção primária é fútil, e que, finalmente, talvez, a prevenção secundária poderá ser útil...

O excelentíssimo Dr. De Lorgeril (o regime mediterrâneo...) ensina-nos, aqui, no seu blog: OK para fazer uma distinção entre o ensaio em 'primária' e o ensaio em 'secundária', muito mais fácil de realizar, já que têm os pacientes. E sobretudo, um novo infarto é nela frequente (frequentemente passamos para a panela). Menos pacientes, mais dados. Fácil...

Contudo, explica De Lorgeril, não tem lugar fazer distinção entre prevenção primária e prevenção secundária: é fútil em primária e é também totalmente fútil em secundária... Porquê ? Porque o mecanismo subjacente é idêntico.

Eis onde queria chegar... Não há que fazer diferença entre uma e outra, já que o mecanismo é idêntico. Aqui está... Volto ao nosso tema. Se o mecanismo subjacente é idêntico, então deveríamos ter uma leitura coerente entre o ataque e a manutenção: e esse não é o caso !

Mecanismo único Mecanismos diferentes
Cardio (estatinas) Infecção VIH Mono-DTG
Prevenção
Primária
Prevenção
Secundária
Iniciação
(Naïfs)
Manutenção
seleccionada
Manutenção
cega
         

Tenta-se a manutenção em Mono-Tivicay® em pacientes sem problemas (sem falhas virológicas, sem inobservância de tomas, etc... não demasiado arriscados), sem distinção (sem regra como o Calcanhar de Aquiles). É o DOMONO, que não corre lá muito bem. É o BMM+P, que não corre pelo melhor, a não ser que se aplique um algoritmo de selecção (Calcanhar de Aquiles). A 'lógica' pensada é: se não a podemos considerar em manutenção 'banal', como considerá-la em iniciação ?

A 'BigPharma' exulta: Adiós mono-Tivicay® em manutenção e, ainda mais, em iniciação!


Isto parece 'lógico'... Dobra-se... E não se fala mais disso... Sim... Bom... Isto, 'Se o mecanismo é idêntico'... Se o mecanismo for idêntico. Um grande 'se'...

As observações Lanzafame (iniciação) e DOMONO (manutenção) são de pequena escala, logo, prudência. Mas bom... Se isto funciona em iniciação cega e não em manutenção (cega), é porque o mecanismo joga um papel inesperado, a esclarecer, a formalizar e a utilizar com sensatez, para uma manutenção 'sem falhas'. Calcanhar de Aquiles ? Outra coisa ? Caso a acompanhar...

Não podemos pensar a biologia sem Darwin... A um território, uma montanha, não cartografada, inexplorada, à qual se chega por Norte ou por Sul, isso não é igual!

E o benefício para os pacientes também não. Uff... Espero que se perceba a tabela! O debate, durante um tempo escamoteado, está relançado: a Mono-Tivicay® é suficiente para o paciente naïf?

É crucial. Bah... A pretensiosa virologia parisiense (um pouco engraxada, talvez) está a nas últimas. Os Kadors de Garches não estão em cima do acontecimento. Ora, chega-se lá com a Ciência.

Reparem bem que Lanzafame tomou unicamente a via ATAQUE, mas não a via MANUTENÇÃO, contrariamente aos outros, é a sua genialidade! E quem tem menos falhas ? Digam lá...

Lanzafame salva também o mundo...


Lanzafame salva a honra da Medicina. Ele também salva o mundo (ver no próximo artigo)... E abordaremos o aspecto ético: vai dar que falar!

Bom fim-de-semana, Vida Boa, No-Kapot se <1000, e sugiram a PreP, quando for caso disso

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